quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Planos de Aniversário (ou Porque não fazer planos)

Eu fiz um bolo de café com cobertura de leite condensado, que ocupam o 5º e 6º lugar respectivamente na minha lista de melhores coisas do mundo. Estava levando-o pra faculdade, onde faríamos um piquenique. No complicado processo de fechar o portão ele caiu no chão.

O que era pra ser um grande piquenique comemorativo se tornou cortar um daqueles bolinhos da Bauducco que poderiam vir com faquinha (nunca entendi porque o rocambole vem e o bolo não...) no intervalo de 20 minutos da aula a noite.

Eu passei a aula escrevendo sobre minhas alternâncias absurdas entre êxtase absoluto e depressão absoluta durante o dia. Estava frustada. Corria de um lado pro outro com um sorriso na cara e segurava choro.

Estava voltando pra casa, abraçada com a Jane, preparada para o único plano do dia que seria seguido, escrever toda minha parte do relatório da MD.

Cheiro de fritura, gente escondida no quintal. É, nenhum plano seria seguido.
Eu ainda comeria bolo, gostoso ainda por cima...

domingo, 25 de outubro de 2009

Maionese

Sim, maionese tem colesterol.
A vida com a maionese é arriscada,
nunca se sabe quando seu coração vai parar.

Você pode trocá-la pela maionese de leite
Mas maionese de leite,
simplesmente não é maionese.

Eu não gosto,
mas fazer o que?
Dá sanduba

(é oq fala a propaganda, pelo menos...)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

21 de outubro de 2006

Era sábado. Eu acordei com meu pai perguntando se eu não queria falar tchau pro barrigão da minha mãe. Eu respondi que preferia dar oi pro meu irmão mais tarde.
Eu fui vê-lo no intervalo da aula de inglês. Da sala de espera dava pra ver as perninhas se mexendo naqueles berços transparentes de hospital.
Quando eu voltei pra aula, abracei a Joanna, abracei o Ivan, eles me perguntaram como ele era, e eu comecei a chorar.
Algo como amar uma coisa que não existia e passa a existir. Algo que constrói uma existência, que tem a existência construída por nós. Algo que poderia não existir, mas existe, e existe com excelência.
3 anos de Gregório.
Valeu a pena cada escolha de ficar por perto, só pra ver ele existindo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Libertinagem

Eu tinha acabado de sair da minha prova de francês. Estava no terminal esperando meu onibus. Garoava, pra variar (não sei o que deus inventou dessa vez pra chover em agosto, setembro, e outubro, só falta não chover no meu aniversário... sempre chove quando eu quero fazer festinha) O plano era pegar o Cidade Universitária e passar a tarde pesquisando as mil coisas que tenho que pesquisar, lendo as mil coisas que tenho que ler, ou escrevendo as mil coisas que tenho que escrever. Daí eu lembrei que tem um cachorro morto, em decomposição, no caminhozinho da faculdade até em casa, o qual, estava alagado. Perdi toda a vontade de ir pra faculdade, então esperei o Cavallari por mais 15 minutos. Imaginando que a única coisa que teria para fazer em casa seria assistir o final alternativo de Casanova e a Revolução, ou ler Hannah Arendt, passei no Nativo e comprei um vinho Natal, bem seco, e um chocolate Talento Intense, bem amargo e me preparei para me entregar a leitura do tal 'Vida de Gato'. Coloquei vinho e gelo na minha caneca do Jack, coloquei um caderno em cima da cama (pra apoiar a caneca e ser manchado, no lugar do meu lençol de bolinhas). Tirei meu tênis molhado, minha meia molhada e minha calça molhada (tava uma chuva do caralho a hora que saí de casa). Sequei meu pé. Entrei embaixo do cobertor. Deixei uma caneta e a notinha fiscal da recente compra do meu lado, caso quisesse fazer alguma anotação. Li a contra-capa. Li as orelhas. Li os dois primeiros capítulos. Já tinha terminado o espaço para anotações na notinha. E já estava dizendo 'putaqueopariu' será que é isso que vai acontecer da minha farra, chamada vida?
(Droga, a primeira caneca acabou)

Na verdade, ontem dormi e hoje acordei pensando em uma só palavra. Libertinagem. Será que é essa a palavra-chave? Libertinagem pra mim significa porra-loca. Ok, eu não sou das pessoas mais certinhas. Eu não dobro minhas roupas, aliás, eu não passo as minhas roupas. Eu não arrumo a minha cama. Eu não organizo meus livros por tamanho. Eu não me importo em tomar banho todos os dias. Eu uso as mesmas camisetas por dias, e o mesmo sutiã por semanas. Eu bebo. Já dei umas tragadas em alguns cigarros por aí. E daí? Mãe, juro que não sou porra-loca. Minha vida, minha existência, sei lá do que chamar isso, não é só libertinagem. Limites? Eu nunca impus limites, nem a mim mesma, nem a ninguém. Não me sinto nesse direito. Pedro, lembra quando a gente estava bebendo na praça e eu disse que não obrigaria meus filhos a serem vegetarianos, só porque eu considero errado matar animais? É mais ou menos isso...Mãe, juro que você me passou uma bela noção de certo e errado, e que se eu faço tudo que faço (assim parece que eu faço um monte de coisas, que eu me pico, de certo...) Enfim, eu não considero errado. E não dou a ninguém o direito de ficar bravo comigo por causa disso.

Eu não tenho limites, mas eu tenho noção. Até abrir a garrafa de vinho eu estava considerando se não seria esse meu limite. Se não seria a hora de permitir que alguém me dissesse o que fazer e o que não fazer. Se eu não precisava disso. Mas não. Citando a tal Clarah: "Eu grito. Grito para dentro e para fora. Me atiro de cabeça em aguás turbulentas, escalo montanhas, nado nos canais mais perigosos. Preciso estar no limite."

Eu não preciso de limite. Preciso estar no limite. E aqui é o limite.
E agora, dou um passo pra trás? Dou um passo pra frente? Ou fico aqui parada?

"desculpe, amigo fígado, você é muito simpático, mas hoje não vai dar"
"Quero gritar, gritar por todos os poros, pedir ajuda pra te chacoalhar, pra te acordar dessa vida morta que você escolhe todos os dias."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Mais uma dose? É claro que eu to afim. A noite nunca tem fim.
Porque é que a gente é assim?

Vê se ao menos me engole, mas não me mastigue assim.
Cazuza

domingo, 4 de outubro de 2009

Ventura

04:04
ah, bom (vírgula) (ponto) - diz iris pensando remedar o pedro
iris, isso não faz o menor sentido - diz pedro tentando contradizer iris
ah, deixa pra lá - diz iris estacionando na frente da casa dele

Ah, deixa pra lá. - diz iris sobre todos fatos incriveis (ou não) que enumerou nos últimos dias esperando em alguma hora esperando escrever no blogue.

Não faz o menor sentido dizer que eu e pedro roberto nos aventuramos por longuínquas terras, ou dizer como me fez bem ter me encontrado com algo que um dia supus ser meu destino, supondo que o que vivo hoje é meu destino e que estou muito melhor assim (afinal, tia hippie disse que a escolha certa é a escolha que eu fiz)

Não faz o menor sentido o que o hippie (hippie mesmo) me disse no onibus, ou deixou de dizer

Não faz o menor sentido o VMB ou a coxa da pitty.

e sabe por que? porque hoje meus olhos se fecham de cansaço enquanto penso no tanto de coisas a fazer, no tanto de coisas erradas que fiz, e se o que fiz foi errado.

obs: um dia eu talvez escreva sobre as considerações anteriores, elas fizeram diferença, foram importantes pra mim, quero dizer
obs2: pedro roberto, ontem comprei o resto dos cds do los hermanos, agora eu to ouvindo o ventura, mais ou menos no mesmo estado em que você ouviu o bloco.