domingo, 2 de janeiro de 2011

Vem 2011.

Tem ferida que nada resolve.
Pode escorrer lágrima, poema.
Pode criar sorriso, casa, poema.
Pode correr o mais rápido que puder.
Pode ocupar a cabeça.
Pode dormir até morrer.
Mas a ferida não cicatriza.

Obrigada 2011 por fazer voltar tudo que eu havia deixado pra trás. Por queimar minha lâmpada, por quebrar minha câmera, por me dar alergia. Que é que falta, hein 2011 pra você arrancar de mim? Vai tornar o lar que eu construí inabitável? Vai fazer as pessoas que eu gosto mentirem pra mim? Vai deixar todo mundo que eu amo em estado miserável? E no fim chacoalhar uma garrafa de vódega na minha frente e dizer: Vem, Iris, vem, que é que aqui que você pertence. Aqui onde nada é real, tudo é perda, tudo é insônia e tudo é derrota. Vem.