sábado, 29 de agosto de 2009

Não adianta chorar o leite derramado

Ontem eu estava voltando do lanche da Beth (que não tem só o melhor lanche, como o único lanche vegetariano do campus). Uma mutidão estava indo para o show da famosíssima Claudia Leite.
Eu, como não podia deixar isso quieto, parei no meio da rodovia, preparada pra sair correndo quando um carro viesse e as meninas viessem correndo atrás de mim, e dancei 'rebola devagar depois desce piri pipiri piri pipiripiriguete' e saí correndo.
Porém, uma parte nova de mim ficou naquele lugar. O celular que eu comprei a menos de um mês e ainda nem comecei a pagar ficou jazido no chão.
Veio um caminhão BrumPlumPlash, veio um carro BahPrumBla, veio mais um carro BraPluBash e o celular pululava, desmanchava, batia, caia, soltava faícas.
Não sobrou muito. Eu peguei os restos mortais dele, sentei no canteirinho e resmunguei 'merda'.

Quando cheguei em casa, com o resto de vódega, começamos a assistir Jô. A entrevista era com os pais daquele menino que foi atropelado pelo deputado embriagado com mais de cem pontos na carteira que hoje anda livre por aí.
Nossa perda não é comparável. Não podia mais acabar com a garrafa, chorar ou perder o sono por um atropelamento.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

chãochãochão

Então eu estava no epicentro da vida unimariana, o chão tremia ao som do funk e popozudas dançavam até o chão chão chão chãochãochão.
Eu enfiei minha cabeça pra fora da janela tentando tirar um pouquinho de mim que fosse daquele ambiente. A minha esquerda estava a fazendinha, e aquele homem aranha que fica numa sacada fazendo-se passar por um observador. Bem abaixo, uma mulher revirava os escombros/lixos/dejetos. Ela encontrou uma calça jeans que um dia foi ostentosamente vestida e a enfiou num saco plástico preto.
Um segurança veio me perguntar pq eu estava inclinada pra fora, se eu queria me matar. Eu respondi 'não, porque? com uma festa chata dessas é comum as pessoas se matarem?'

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Uma grande crise de riso solitária que te prova que a vida vale a pena

i am the queen of eco of cavalari

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Homem Sem Cabeça


Ele não tem cabeça.
Nem nada da cintura pra baixo.
Ele não tem vontade.
Mas eu faço oq quiser com ele.
Ele tem uns arranhões.
E nenhum fui eu que fiz.
Mas é meu.
(mentira, foi o Jorge que emprestou, mas hj é meu)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Tênis

Sabe, eu sempre fui cri cri com algumas coisas. Uma delas era o uso de tênis.
Dizia: Tênis é coisa de playboy. Quando na verdade é esportivo (e eu sempre fui a última a ser chamada pro time da educação física). Eu já sou alta demais pra ter 2 centímetros de amortecimento andando o tempo todo debaixo de mim. odeio.
Daí eu fodi com o meu pé, são quase cinco meses de fisioterapia e essa merda não melhora. Eu fui no ortopedista com um sapato xadrez 2 números maiores que o meu pé e ele me deu a maior bronca. Minha mãe me comprou um tênis. E agora estou eu de tênis no pé.

Ontem de manhã, fui colocá-lo pela primeira vez, saí de casa pensando ' que vergonha, vão achar que eu estou indo pra unibar'. Era um daqueles dias que se abre a janela pensando, com todo esse cinza, melhor nem sair de casa. Foi então que uma coisa inesperada aconteceu: eu pisei no grande afundamento cheio de água da minha calçada, já tinha começado a xingar quando percebi que meu pé não estava molhado/gelado/amputável. Eu sempre pisava na poça, meu pé sempre molhava, eu sempre xingava. E ontem, o tênis me salvou.

Talvez seja bom se abrir as coisas que não gosta. Talvez.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Brincando

Daqueles poucos dias em que as coisas parecem absurdamente simples.
Objetivos traçados. Perspectivas alegres. Talvez vãs.
Mas hoje, amanhã e até o fim de semana pelo menos, eu vou brincar de ser feliz. Ou eliz? Ou iris.

Ah, eu estava mesmo, mesmo, mesmo com saudades de aulas. Acho q até passar a noite lendo e acordar cedo vai me deixar feliz.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Candy

Why to divide life in heaven, earth and hell if its always the same shit?

Why listen to new stuff if its the same old thing i listen everyday?

Why trying if you dont really wish it, and therefore, will never conqueer?

Why do you still steal one cup of cognaq every time you can?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Intervenção

Hoje eu, mais uma vez estava na fisioterapia, com meu pé metido no turbilhão (que é uma delícia, aliás). Nos meus pensamentos me deparei com o turbilhão em que eu estou metida. E, tive de admitir que meu turbilhão passou do ponto. Eu passei do limite. Não é mais certo.
Mas não foi só eu, fomos todos nós.
Aqui me dirigindo a uma pessoa em especial. Bater o carro bêbado? Drogas? Que inferno, esse não é você. Não digo como uma lição de moral. Bom, talvez um pouquinho (coloque naquele meu tom de voz de preocupação misturada com bronca, mas bronca do tipo 'não acredito que você comeu o último amendoim', ou 'não acreditou que você regurgitou no meu copo').
Será que nos tornamos pessoas ruins? Deveríamos imaginar que gente que rouba saleiros na primeira saída acaba invadindo propriedade privada perseguidos por cachorros pra roubar arquivos médicos e letrinhas da máquina de escrever.
Você não acha ruim? Eu acho. Acho ruim um monte de coisa que tenho feito. Acho ruim o que você tem feito.
Vou brincar de chega. Você não quer brincar comigo?
(aqui imagino a sua cara de quando eu estou brava por você ter derramado refrigerante)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

E ele me deixou sem resposta

Um desses dias, desses muitos dias que eu me abstive de internet, o Gregório foi me acordar.
Me cutucando com o bonequinho do ET, ele fez a primeira pergunta que me deixou sem resposta. "Iris, você tá feliz?" ele disse com aquela voz sem descrição. Juro que a voz dele, o jeitinho que ele fala é uma coisa impressionante. Daí eu tirei minha cabeça debaixo do lençol e olhei pra ele pra automaticamente dizer sim, e não consegui. Eu não respondi nada.

No mesmo dia, durante minha sessão de fisioterapia ouvi uma das pacientes responder "amanhã eu não venho, estou indo viajar, estou de férias, sou uma pessoa feliz".

Já eu, relaciono as minhas férias a questionamentos sobre felicidade.
Me pergunto se um dia sentada na praia do botafogo vendo os aviões fazerem a curva do lado do pão de açucar é felicidade. E não é, é só falta de vontade de andar por causa da febre.

A felicidade não está em nenhum fundo de garrafa que eu tenha bebido, em nenhum beijo que eu tenha dado ou recebido, em nenhuma construção que tenhamos invadido, em nenhum livro que eu tenha lido, em nenhuma música que eu tenha ouvido e, especialmente, em nenhum ano novo que eu tenha decretado.