sábado, 6 de novembro de 2010

24 de agosto de 2002

Sexta série. Aula de biologia. Nem frio nem calor. Blusa do uniforme, calça jeans e colar de pentagrama. Meus coleguinhas de sala nunca gostaram muito de mim, e a recíproca é totalmente verdadeira. Sentada na 3a fileira, 2a coluna mais perto da porta, na 2a sala do corredor. Quando um menino, que eu particularmente detestava, sorrateiramente pegou minha agenda debaixo da carteira. -Fico puta com essas coisas.- Toca o sinal do intervalo. Grupinhos se formam. Eu pego um livro da mochila. Brumas de Avalon, acho. Um giz acerta minha cabeça. (daí eu fui pro Sírio Libânes para fazer uma tomografia e tirei 24h de descanso - há - brinks) Intempestivamente me levanto. Veio do mesmo lado que o menino anteriormente citado. Ando até o grupo e estapeio a cara dele. Ele devolve o tapa. Eu chuto sua canela. Ele devolve o chute. Eu empurro ele. Ele devolve o empurrão. Nesse ponto a escola inteira já assistia a cena pela janela gritando hey-hey-hey, todas as carteiras ao redor já estavam esparramadas pelo chão, meu fichário do Harry Potter já estava sob os escombros de carteiras e o inspetor já estava na porta pra nos levar até a diretoria.

Foi legal. Foi quando eu entendi o tal conceito de bullying. Virou amigo meu, me acompanhou de perto até a formatura do colegial. O bullying e o menino com quem troquei tapas.
Naquele mesmo ano fiz uma lista das pessoas de quem eu deveria me vingar -provando mais uma vez meu temperamento escorpiano.