quarta-feira, 31 de agosto de 2011

adoce a-gosto

no fim
só sobrei
inerte
com a chuva pingando
no corpo
-jazido-
mistura de pingo
chuva suor lágrima
céu piscando
relâmpago sinapse trovão
vento calafrio banho quente

tira de mim, deus, o que não sei assumir



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

o futuro brilhante de uma mente sem lembranças

hoje achei que ia ser expulsa do inglês, porque critiquei a propaganda da coca-cola
daí descambou pra pior. não quero mais fazer mestrado, trainee ou concurso em brasília.

escrevi uma página de planos possíveis para sobreviver
me mandaram cortar o "virar freira" mas toparam o "stripper diferenciada".

mas, pelo menos, o marquinho falou que me contrata, se bem que deve ser brincadeira.
o futuro distante, todos concordam, sem contestações, que é o alcoolismo.

me responde, então, pra quê eu passei os últimos anos na faculdade?
acho que foi só pra ter certeza de que não quero nada disso.

foi bom. muito bom, assumo. mas e agora?
a faculdade é que nem casamento fracassado.
marca sua vida mas não se leva nada.
diploma? grande bosta.

domingo, 21 de agosto de 2011

- Olha, eu tô de Amy.
- Você cheirou cocaína?
- Não.
- Então não tá. 

*todos observem o semblante de reprovação do rapaz a direita

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"A" tê pê emê das tê pê emês

sintoma 1: suas coisas não te bastam. sua carteira milenar está completamente rasgada, sua bolsa recosturada infinitamente está encardida pelas recorrentes derrubadas de café, seus sapatos não te entram, suas blusas são todas da mesma cor e te falta emergencialmente um esmalte daquela tonalidade que não existe (igual aquela fome da comida indefinida que não é nada que esteja ao seu alcance).

sintoma 2: você se irrita com suas faltas e decide sair para comprá-las, afinal, cartão de crédito foi inventado para isso, para mulheres com suas emergenciais necessidades de tê pê emê. eis que nenhuma loja tem aquilo que você quer, e se tem, não era exatamente aquilo. e aí você começa a se irritar porque não fabricam as coisas do jeito que você gosta, que você quer, que você precisa, arrrggg.

sintoma 3: você nota que sua irritação devem ser seus hormônios brincando de playground com as suas emoções e fica irritada consigo mesma por não conseguir controlar seus irritantes impulsos e passa a procurar possíveis remédios e distrações. comida pode funcionar, chocolate muito provavelmente também seja eficaz, passar o esmalte que não era exatamente aquele que você queria também ajuda (aqui partindo daquela teoria de que quando tudo está na merda, você deve fazer a unha para retomar as coisas nos devidos trilhos).

sintoma 4: seus remédios e distrações não funcionam porque agora você já percebeu que murphy está na sua cola, fazendo tudo para tornar sua existência um pouco mais complicada e/ou dificultosa. deve-se notar que isso é alucinação, e que a alucinação é o quarto sintoma e não a onipresença de murphy. é aí que você se resigna e tenta viver sua vida normalmente só para tentar provar que você é mais forte que seus próprios hormônios e seus sintomas acompanhantes.

sintoma 5: você é incapaz de seguir sua vida normalmente. os textos que você tem que ler são mais chatos que o normal. o professor fala mais abobrinha que o normal. seus colegas de classe são piores que o normal. a água do bebedouro está mais quente que o normal. o café está mais frio que o normal. o tempo demora mais para passar do que o normal. seu pé está mais inchado que o normal. o clima está mais inconstante que o normal. sua casa está mais suja que o normal. seu time está jogando pior do que o normal. os comentadores estão mais cricas que o normal.

sintoma 6: você nota, sempre da pior maneira possível, que está, você mesma, também mais chata que o normal e começa e se irritar consigo própria. eu, por exemplo fico falando repetidamente das coisas que me irritam e irritando as pessoas ao redor e reclamando incessantemente para pessoas que não tem nada a ver com os meus problemas imaginários. fico repetindo que quero ter a cabeça martelada até a morte por um dicionário de política do bobbio, porque é nele que resolvi resumir todos os problemas imaginários ou não de toda minha existência. é provável também que quando você notar que não existe mais ninguém para te ouvir reclamar você escreva um post muito longo de reclamações.

sintoma 7: finalmente, chegando ao ápice da sua irritação, chegando ao ponto da súplica pelo autoflagelamento, você resolve se animar ouvindo música, assistindo um filme, lendo um livro, fazendo seus trabalhos, sei lá, fazendo artesanato. é aí, que você começa a chorar, lembrando como foi idiota e inoportuna o dia inteiro e decidindo se trancar em casa, sem contato com o mundo exterior enquanto durar "A" tê pê emê das tê pê emês.

obs: toda tê pê emê é "A" tê pê emê das tê pê emês.

sábado, 6 de agosto de 2011

sim, eu penso em você o tempo todo desde a última vez que levantei da sua cama