sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cats and Dogs

Os últimos dias passei com o Romeu, gato de uma das meninas do grupo da minha MD. Romeu é louquíssimo, as vezes sai correndo pra alcançar a janela ou pra revolver a cama, e as vezes passa horas deitado na mesa. Já notaram que quando se está fazendo carinho num cachorro adormecido e pára, ele levanta a cabeça e se mexe até se encaixar de novo embaixo da mão? Gatos não. Gatos sempre deixam claro que não precisam de você, e não precisam mesmo. Mesmo assim, se você oferece um prato cheio de carne, eles comem.

Hoje eu acordei tão feliz. Como se o mundo que estava em meus ombros tivesse se tornado um globo de plástico cheio de ar. Acordei as 7, apaguei as velas que restaram acessas e voltei pra cama. Não consegui dormir mais. Acho que desacostumei a dormir mais que 2 horas. O dia, cheio de notícias agradáveis, estava cor de laranja pôr-do-sol.

Mas todo pôr-do-sol pra ficar bonito, bonito mesmo, tem que ter aquelas nunvens cinza-escuro que te lembram que toda beleza tem um reverso. O meu reverso é, e sempre foi, a insônia. Essa vaca. A insônia não me deixa dormir, a falta de dormir me deixa, sei lá, me deixa assim. Assim mal-humorada, assistindo Los Hermanos na Fundição Progresso pela milésima vez, escrevendo, abrindo todas portas de armário, a geladeira, o armarinho de banheiro, os livros, os cadernos e as gavetas pra ver se encontro alguma coisa que me satisfaça, sabendo que não vou encontrar.

Pra fazer companhia pra insônia peguei o cartão de memória do meu celular antigo, que não chegou a ficar antigo e coloquei no meu celular novo. E obviamente (ou não) cartão de memória carrega uma pancada de memórias, mais especificamente aquela das férias suínas. Les Jours des Vacances que o Pedro tanto cita. A maioria das músicas eu não ouvia há tempos. Inclusive a célebre, Pro dia Nascer Feliz, cujo trecho dá título a esse blog. Acho que nunca esclareci por que ela tem toda essa importância. Nem vou esclarecer agora. Mas ela tem.

A última que tocou antes que eu desligasse o celular, notando que ouvir estas músicas não me fazia bem foi Cats and Dogs, da Camille. (Vejo o Pedro abrindo o sorriso dele).

"Cats and Dogs are not our friends, they just pretend."
Inclusive o Romeu, as nuvens cinzentas e o laranja.
As coisas só são verdadeiras na minha verdade. E minha verdade está ausente.


"Verdes campo, flores amarelas, furta-cor [são]
todas as verdades e olhares que podia"

Quarta-feira 11/11 19h

2 comentários:

Pedro Paiva. disse...

just emotions whe invented like fotographs.
Little cat, come to mummy!

Saudades gordas...aah, encontri uma gravação no meu celular, agente cantandoahahahhahah quero te mostrar

Gabriel Coiso disse...

sinto uma pequena influencia do livro que lhe emprestei aqui.
eu prefiro cachorros.