Um desses dias, desses muitos dias que eu me abstive de internet, o Gregório foi me acordar.
Me cutucando com o bonequinho do ET, ele fez a primeira pergunta que me deixou sem resposta. "Iris, você tá feliz?" ele disse com aquela voz sem descrição. Juro que a voz dele, o jeitinho que ele fala é uma coisa impressionante. Daí eu tirei minha cabeça debaixo do lençol e olhei pra ele pra automaticamente dizer sim, e não consegui. Eu não respondi nada.
No mesmo dia, durante minha sessão de fisioterapia ouvi uma das pacientes responder "amanhã eu não venho, estou indo viajar, estou de férias, sou uma pessoa feliz".
Já eu, relaciono as minhas férias a questionamentos sobre felicidade.
Me pergunto se um dia sentada na praia do botafogo vendo os aviões fazerem a curva do lado do pão de açucar é felicidade. E não é, é só falta de vontade de andar por causa da febre.
A felicidade não está em nenhum fundo de garrafa que eu tenha bebido, em nenhum beijo que eu tenha dado ou recebido, em nenhuma construção que tenhamos invadido, em nenhum livro que eu tenha lido, em nenhuma música que eu tenha ouvido e, especialmente, em nenhum ano novo que eu tenha decretado.
Aqui habita um professor? - IX
Há 7 anos
6 comentários:
a felicidade é um estado, nao uma realidade.
concordo com o pedro que escreveu primeiro que eu. eu digo que a felicidade não existe, e sim momentos felizes, o que para mim é diferente.
outras coisas (porque eu adoro esse tipo de reflexão): se falta de vontade se limitasse somente a uma febre, certamente éramos as pessoas mais felizes do mundo...
e os momentos felizes podem estar em qualquer lugar. explico: momentos felizes, para mim, se confundem com sensação de liberdade, e podemos ser livres até mesmo dentro de uma prisão. e felicidade idealizada, a que somos programados a querer e buscar todos os dias, como vemos no cinema, na tv, não existe.
não sei se fui claro... rs.
mas que bom que voltou a escrever.
às vezes eu também fico sem resposta pra esse tipo de pergunta.
Eu não penso muito sobre ser feliz. Ontem eu tava conversando com alguém e ela me perguntou se eu estava desanimado. Eu pensei que o animo, pra mim, não se trata de um estado animado como os desenhos da tv, o meu ânimo se trata do meu modo de viver e ver as coisas. De modo que, se o meu ânimo transparece o que vulgarmente se chama de felicidade, eu creio que estou desanimado, pois foge do meu habitual.
Será que não foi isso que o gregório quis te questionar?
Beijos Iris,
que bom que voltou a escrever.
Ps: aos 15 anos tomei o primeiro porre com esse 7 colinas.
definindo meu conceito de felicidade: é só querer acordar. razões pra viver, coisas prazerosas a fazer.
não sei porque ele me perguntou isso. não me parece o habitual pra alguém de dois anos ter a curiosidade quanto a felicidade alheia.
nós pensamos que crianças não pensam em coisas assim poruqe elas não sabem se expressar direito, mas isso não significa que elas não pensam assim.
E sabemos que o Gregorio não é como qualqer criança.
isso mesmo.
as crianças entendem
e muito
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