sábado, 29 de agosto de 2009

Não adianta chorar o leite derramado

Ontem eu estava voltando do lanche da Beth (que não tem só o melhor lanche, como o único lanche vegetariano do campus). Uma mutidão estava indo para o show da famosíssima Claudia Leite.
Eu, como não podia deixar isso quieto, parei no meio da rodovia, preparada pra sair correndo quando um carro viesse e as meninas viessem correndo atrás de mim, e dancei 'rebola devagar depois desce piri pipiri piri pipiripiriguete' e saí correndo.
Porém, uma parte nova de mim ficou naquele lugar. O celular que eu comprei a menos de um mês e ainda nem comecei a pagar ficou jazido no chão.
Veio um caminhão BrumPlumPlash, veio um carro BahPrumBla, veio mais um carro BraPluBash e o celular pululava, desmanchava, batia, caia, soltava faícas.
Não sobrou muito. Eu peguei os restos mortais dele, sentei no canteirinho e resmunguei 'merda'.

Quando cheguei em casa, com o resto de vódega, começamos a assistir Jô. A entrevista era com os pais daquele menino que foi atropelado pelo deputado embriagado com mais de cem pontos na carteira que hoje anda livre por aí.
Nossa perda não é comparável. Não podia mais acabar com a garrafa, chorar ou perder o sono por um atropelamento.

3 comentários:

pedro meinberg disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
pedro meinberg disse...

ops... gostei das onomatopéias.

Gabriel Coiso disse...

Meus pêsames, pelo celular e pelo show.
Sim, não nego que estar aqui e fazer as coisas aqui como se faz/fazem é uma forma de se lutar. O que questiono é por que a turma que a faz, no meu curso, não foi ao assentamento e ainda o mal disse por ai.
Ficou uma sensação de que apenas a mudança proposta por eles (pra não usar aquela palavrinha começada com 'r') é digna e respeitável, e que conhecer o outro, a mudança do outro, é desprezível.
Eu também não tenho jeito pra enchada. Nem pro palanque unespiano...
Beijos Iris.