Carnaval é outro daqueles estados de espírito, como o Rio de Janeiro.
Não sei se todos vocês sabem, mas eu sou porta-bandeira da Unidos da Vila Operária. Bairro em que meu pai nasceu, cresceu, se criou e criou.
Eu desfilo desde os 3 anos de idade, e vou desfilar pra sempre. Não consigo imaginar um ano não estar aqui pra descer com a minha escola na avenida.
Carnaval é dessas coisas inexplicáveis. São várias pessoas trabalhando por um objetivo em comum, por 'amor à escola'. A gente se estropia todo, passa dias, semanas, senão o ano todo trabalhando duro, fazendo fantasia, enfeitando carro alegórico, bordando, pra 3 dias de festa, nos quais a gente se machuca mais.
Só sei que acaba todo mundo com bolhas nos pés, com os ombros machucados, eu com a cintura marcada, os meninos da bateria com a mão calejada. Mas acima de tudo, todos absurdamente felizes. Chega a quarta-feira de cinzas e todos estão apaixonados, cantando pra quem quiser e quem não quiser ouvir o samba-enredo. E é uma coisa bonita mesmo de se ver.
Agora a pouco saímos do nosso último desfile. Quem se xingava no sábado, hoje se abraçava. Dançavamos todos juntos, gritando nossos bordões, comemorando por ter sobrevivido a mais um carnaval, e pelo Jorge ter sobrevivido também.
Daí estavamos no ônibus, cantando os clássicos de onibus (toda vez que eu chego em casa a barata da vizinha tá na minha cama) e eu olhei pela janela e todo cansaço bateu. Veio 'É de lágrima' na cabeça. E desde então estou melancólica.
Pois é... deixo de citação o samba da União da Ilha de 2008, meu favorito.
"É hoje o dia da alegria, e a tristeza nem pode pensar em chegar"
Aqui habita um professor? - IX
Há 7 anos
3 comentários:
só te digo uma coisa...estou bravo.
mas a melancolia faz parte.
e isto se repete em todo carnaval?
aliás, e não posso deixar de dizer, e voce ja sabe, mas carnaval me dá coceiras.
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